sexta-feira, 17 de julho de 2009

Ponta & Mola


O «centrão» está em todas

> António Manuel Pinho
privado.apinho@gmail.com

Os escândalos sucedem-se, todas as semanas a imprensa faz eco de negócios pouco claros e jogadas de bastidores que envolvem nomes proeminentes daquela a que se chama «classe política». Ou seja, aqueles senhores de «bem», figuras da maior «credibilidade», nomes «inquestionáveis» da democracia portuguesa...

Ainda mal refeitos das desditas socráticas, os portugueses foram agora confrontados com um escândalo antigo, mas que adquire novas componentes. Refiro-me, obviamente, ao caso CTT, - onde emergem figuras do PSD [e do PS] que, alegadamente, teriam metido a mão na massa, tendo [a ser verdade e ao que se presume] lubrificado os bolsos pessoais e as contas dos respectivos partidos [?!].

Manuela Ferreira Leite veio logo alertar para as circunstâncias «suspeitas» [?] de a coisa se saber em proximidade de refrega eleitoral, com intenções objectivamente reprováveis. Já antes o PSD havia alertado para a estratégia de o PS procurar colar os «laranjas» ao escândalo BPN, tendo estes ripostado com o «assalto» do PS ao BCP.

Por outro lado, os socialistas pariram um relatório final - que é um nojo - sobre o referido banco, numa espécie de «operação Tide» de branquamento da acção da entidade reguladora sob a alçada de Vítor Constâncio.

Ainda não refeitos das escandaleiras já enunciadas, é agora o Tribunal de Contas que «levanta a lebre» sobre o negócio do Terminal de Contentores de Alcântara, oferecido de mão beijada – e sem concurso público – a uma empresa do Grupo Mota-Engil, capitaneado por Jorge Coelho.

Como se percebe, os chamados partidos do «arco do poder», pela mão de algumas das suas proeminentes figuras, vão a todas - cada qual a mais canalha acção de abarbatamento de fundos e património. E quem paga? São sempre os mesmos: uma classe média cada vez mais depauperada, os trabalhadotres que auferem salários de miséria, os empresários sérios que cumprem os seus compromissos. Os outros, aqueles que tudo têm à custa do roubo e do trabalho alheio, safam-se sempre!


Os escândalos em apreço indiciam, claramente, não o «fim de um ciclo», mas o fim do regime. Seria bom que, antes do enterro, os portugueses corressem com o «centrão» de interesses que domina a vida política há mais de vinte anos – o PS e o PSD. Porque, ainda assim, antes o «vazio» que o pântano.

SP, nº3, 15 de Julho 2009

1 comentário:

  1. Faltou referir outro negócio, que continua em grande parte no "segredo dos deuses", porque tudo indica foi ruinoso para o Estado, e teve intervenção directa da Drª Manuela Ferreira Leite no ano de 2003, enquanto Ministra de Estado e das Finanças.
    Falo do processo de Privatização das Pousadas de Portugal, que foram um ícone de qualidade ímpar da nossa Hotelaria e Restauração, representavam dignamente o nosso País nos quatro cantos do mundo, e estão agora votadas à vulgaridade por causa de um processo de privatização que o saudoso António Ferro, mentor e primeiro impulsionador do conceito, decerto abominaria e combateria convictamente.
    Acresce também o facto de os Salários terem sido unilateralmente congelados em 2009, o Seguro de Saúde ter visto as suas coberturas significativamente reduzidas, o regulamento do Fundo de Pensões ter sido alterado à revelia do Contrato de Cessão de Exploração, com o único objectivo da não obrigatoriedade das contribuições nele previstas, o que determinou uma enorme diminuição no pagamento do complemento de reforma anteriormente instituído pela Enatur.
    O défice democrático, a insensibilidade social, e a prepotência demonstrada pelo Grupo Pestana no que toca à gestão das Pousadas, merece uma resposta determinada do Regulador/Estado, também enquanto accionista via Caixa Geral de Depósitos com 25% do capital social, e que estranhamente não pode estar representado na Administração!...

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