sábado, 30 de janeiro de 2010

Para memória futura [II]

Pedro Namora > SIC, 25 Novembro, 2009

Independentemente do desfecho do processo judicial, da «verdade jurídica», há uma outra verdade que decorre do saber, da investigação séria e do empenhamento de alguns profissionais da comunicação social - que conheceram as vítimas, que perceberam a sua dor e que, noite dentro, ao escreverem os seus apontamentos choravam solitários [mas solidários] com essa dor profunda que não mente.

António Manuel Pinho

Repensar a sociedade - a visão de um sociólogo

Assumamos a marginalidade

António Pedro Dores*

A situação política caracteriza-se por existirem condições objectivas propícias a uma eclosão de lutas sociais para transformar a sociedade e, ao mesmo tempo, a falta de condições subjectivas para que as energias propícias à transformação social venham a proporcionar a abertura de perspectivas de evolução positiva da vida das pessoas.

Ainda que haja revolta – como em Paris em 2005 ou na Grécia em 2008, ou durante as contestações das cimeiras ou durante os Forum Sociais – que fazer com ela? Deveremos colaborar na integração social dos excluídos ou acompanhá-los na construção de formas de organização social diferentes das actuais, sob as quais não sejam mais tratados como não pessoas?

A resposta a esta pergunta depende do diagnóstico das causas da incapacidade de actual resistência perante a imoralidade das causas da crise auto-atribuídas pelas classes dominantes. Se se entender que se vive numa sociedade integradora, escolher-se-á a primeira resposta. Se, como quem escreve este texto, se acredita que: a) o sucesso da actual classe política global ocidental depende da sua coesão interna e, por isso, dos privilégios que a si mesma se atribuiu, fazendo com que todas as sociedades se organizem em torno da distribuição de privilégios – como antes da Revolução Francesa, embora de outra forma e com um âmbito planetário. Por ser assim é que, mais Estado ou menos Estado, mais investimento público ou menos, são os privilégios que são o reduto essencial a defender e não há político que sobreviva se não se dispuser a pactuar com isso; b) a crescente desigualdade social não decorre de critérios ideológicos em si (todos simulam ser modernos) mas antes da exclusão imoral dos povos de Estados dependentes, dos imigrantes, todas as populações estigmatizadas a viverem nos territórios nacionais dos Estados dominantes e ainda de todas as populações estigmatizáveis externa ou internamente – incluindo os islâmicos e profissões inteiras altamente qualificadas, como os professores em Portugal. São tais processos de estigmatização a justificação política para o trabalho imoral e anti-moderno de exclusão crescente dos povos da vida política e económica. “To blame de victim!”

As provocações bélicas, a vergonhosa apropriação dos recursos naturais globais, as provocações inter-civilizacionais, a destruição do Direito como sistema de regras de aspiração universal para aplicação da justiça, a insensibilidade social e económica, a corrupção, o facilitismo cognitivo das ideologias dominantes, seja do lado do neo-liberalismo seja do lado do debate político em geral, incluindo à esquerda, facilitismo esse com implicações nas políticas educativas, a ganância e o desprezo social como modelos morais, tudo se pode explicar pela convergência entre ânsia organizada de privilégios – tipo ser engenheiro por enviar faxes a organizações criminosas e todos acharem muito bem e muito legítimo, do foro privado – e a determinação em fazer vítimas a quem poder atribuir culpas – vejam-se os debates parlamentares.

Não se pode é explicar isto como um fenómeno nacional. Este é um fenómeno global, com especificidades nacionais, sem dúvida.

A política, como sector de actividade especializado e profissionalizado, numa sociedade de exclusão (em que a explosão informativa não permite, no imediato, uma explosão cognitiva mas antes uma confusão mental, apesar dos aumentos de escolaridade e da divulgação do inglês como língua franca global. A explosão da informação, no imediato, permite, isso sim, privilegiar quem esteja em melhores condições de manipular símbolos, como as redes de informação financeira e a comunicação social), a política torna-se formalmente desligada da vida dos povos e, ela própria, parte das dinâmicas de exclusão (veja-se o controlo da política pelas seitas secretas, a que alguns chamam equivocamente os poderes económicos: não há poderes económicos sem relações sociais (e morais) que os suportem! É o que as classes dominantes chamam sociedade selecta, isto é, redes de confiança (as mesmas que auferiram de exuberantes “subsídios” em tempo de crise para evitar “problemas sistémicos”. Claro.), incluindo os negócios privados do Estado, como o sector das sucatas, cuja confiança entre os parceiros passará à história através do símbolo exotérico que são os ro(u)ba(-)los).

A esquerda, bem como muitos sectores da economia social e da vida intelectual, deixaram-se capturar pelas dinâmicas de exclusão – que os ameaçam mas também oferecem modelos de sucesso social (vide comentadores ou agentes filantrópicos ou famosos). Aceitam discutir a agenda dos vigaristas e ilusionistas no poder. Os rendimentos da exploração concentrados pelos Estados possibilitam uma alargada autonomia da classe política relativamente ao capitalismo e, do ponto de vista deste, tem a vantagem (indispensável) de manter a ordem, isto é distribuir as migalhas (metade dos 40% de pobres em Portugal não o são tecnicamente porque recebem subsídios directos do Estado por aceitarem pedir o reconhecimento da sua auto-declaração de pobreza: a humilhação porque passam os desempregados, tratados como arguidos de crimes, é só um aspecto do modo como as populações dominadas são tratadas) e o cacete (vejam-se os preparativos para a guerra social que duram há muitos anos nas polícias, nas forças armadas e no sistema judicial, especialmente a nível intergovernamental na Europa).

O capitalismo em crise (de desmascaramento e de confiança – necessidade reorganização das seitas) esteve de acordo na necessidade de se moralizar em troca do branqueamento dos mecanismos imorais propulsores da crise: em troca do Estado – solícito e já preparado – assegurar a Ordem. Uma vez percebido o impasse e a incapacidade de reacção do campo popular, tudo voltou rapidamente à mesma exacta conjuntura política que gerou a crise, apenas agora com deficits maiores, a pagar pelos impostos de todos. Estamos exactamente na mesma, em termos de relações de força políticas, do que antes da crise, e portanto a continuar a ravina descendente do ponto de vista da esperança, do desemprego, dos salários, das pensões, da precariedade, da auto-estima.

O que há a fazer é estabelecer uma moralidade política anti-situacionista, radicalizar as reivindicações de equidade – desde logo no sector da justiça, por ser politicamente pelo menos tão essencial como os aspectos económicos – e dar conteúdo convivial à reflexão política, isto é, criar uma forma de fazer política – no sentido institucional – oponível àquela que se pratica nas instituições actualmente em funcionamento. Há que criar uma rede de relações políticas subversivas da sociedade da exclusão (por esta ser anti-moderna, nomeadamente por viver dos privilégios, da violência, da exploração das pessoas e da natureza, da mentira e da perversidade moral) a partir de uma discussão sustentada em instituições próprias para o efeito.

A democracia – como a sua civilização – está em grave crise, precisamente por não ser capaz, na prática, de admitir a produção de alternativas políticas enquanto este sistema de poder estiver no comando. Todos os partidos, em qualquer país ocidental, estão condenados à esquizofrenia de dizerem uma coisa na oposição e o seu contrário no governo. Logo, a democracia reclama novas instituições. Há que criá-las imaginando-as.

Essas instituições deveriam ser formas variadas e variáveis de relacionamento entre pequenos núcleos de amigos que se entendessem bem uns com os outros e cujas iniciativas fossem apoiadas por outros núcleos que com eles queiram partilhar uma agenda transformadora da sociedade em ruptura com a agenda da situação, mesmo que discordem das perspectivas uns dos outros. À unidade dos partidos do centrão e à impotência dos partidos de fora do arco do poder oponhamos a nossa liberdade de expressão e de comunicação em condições de assumida e orgulhosa marginalidade, através dos novos meios actualmente disponíveis, com toda a gente livre que por aí quiser emergir, independentemente das ideias que tenha e da sua representatividade social: as ideias e os ideais não são melhores por serem populares.

A luta pelo poder dentro das novas instituições a criar – como acontece também nas actuais instituições – será feita por gente com ideais muito distintos. A unidade far-se-á apenas (o que já não é pouco) contra a sociedade da exclusão e os privilégios, com todos os que queiram ver acabada a vergonha que se vive hoje – para que a nossa civilização ocidental volte a saber o que fazer de si própria.

Não nos deve bastar reclamar a mudança de modelo de desenvolvimento: devemos querer e saber construir novas relações sociais, onde caibam todos os seres humanos, em nome da Humanidade que desejamos um dia poder ser.

A política na era da globalização não pode ser uma reflexão sobre Portugal. Tem de ser uma discussão sobre as nossas possibilidades de colaboração com todas as forças da liberdade e da igualdade deste mundo que se entendam como oponíveis ao status quo e que dele estejam dispostas a libertar-se. As nossas redes políticas devem estar abertas a todas as redes que se interessem por política e possam contribuir para o resultado de alterar a situação, nomeadamente o apear da classe política actual e, com ela, das redes de solidariedade corruptas de que todos os dias temos sinais vividos nas nossas vidas quotidianas, e instalar uma conflitualidade democrática não armada. As nossas redes políticas devem saber ensinar-nos a vivermos nós próprios de outras maneiras, com recurso mínimo à violência. E também organizar a defesa da nossa liberdade política, pois o autoritarismo não tolera oposições.

Em resumo: há que contribuir para a construção de um novo tabuleiro político – que já tem muitas peças em funcionamento – separado e denunciador do tabuleiro actual. É preciso que passemos a credibilizar e a sinalizar e a partilhar e a estimular e a organizar as ideias marginais e de contraposição. É assim a democracia! É preciso premiarmos a dissonância e a dissidência, reconhecer ideias e sugestões que nos tocam e encontrar formas de dar força a isso a esse debate: por exemplo, organizando encontros de mútuo reconhecimento e debate entre pessoas e grupos alinhados nestes princípios de marginalidade orgulhosa e jornais electrónicos de divulgação de tais eventos subversivos para todos os gostos e sem censuras.

Sinalizemos com clareza e determinação a vontade de antecipação daquilo que um dia terá forçosamente de acontecer: o fim dos privilégios. Poupando aos povos de mais guerras, perseguições, conspirações e destruições de ecossistemas. Esta é a alternativa à decadência para um retorno aos privilégios feudais, que opõem os que têm reformas milionárias por nunca terem trabalhado que não fosse a pensar no dinheiro que ganham e os que vão perdendo as reformas a que tinham direito assegurado, como os clientes do BPP ou os trabalhadores da função pública.

Lisboa, 30 de Janeiro de 2010

*Sociólogo, Professor Universitário

Um direito democrático

«Nós, cidadãos portugueses em plena posse dos nossos direitos cívicos, conscientes de que se celebra a 5 de Outubro de 2010 o Centenário da Implantação da República em Portugal e tendo em conta que o simbolismo da data justifica as celebrações previstas, pretendemos também fazer notar que tal evocação não estará completa se não for acompanhada de uma discussão sobre a legitimidade e os efeitos da implantação desse regime.

De facto, a actual redacção do artigo 288.º, alínea b), da Constituição da República Portuguesa constitui uma diminuição intolerável da democracia ao impor, como única forma de governo, o republicanismo.


É que a democracia, enquanto componente fundamental e intrínseca de um Estado de direito, não se confina à forma republicana de governo.

Com efeito, o republicanismo não é a única forma de democracia. A democracia admite outras formas de governo, como seja a monarquia. Tanto assim é que há, até no contexto europeu onde Portugal se insere, estados de direito democráticos onde vigora a monarquia.

Nesta senda, restringir a forma de governo ao governo republicano é diminuir a qualidade da democracia e é condicionar a liberdade de escolha dos cidadãos.

Para obstar a esta situação e com vista ao reforço da democracia, propõe-se com a presente iniciativa que "a forma republicana de governo", consagrada na alínea b) do artigo 288.º da Lei Fundamental, seja substituída pela expressão "a forma democrática de governo". »

http://www.peticaopublica.com/?pi=PPM


Quem tem medo da vontade popular?

Concerteza que assino. Não por qualquer convicção monárquica pessoal (de que nunca me apercebi), mas para garantir um direito democrático que reside no respeito pela opinião do Outro. E que, no caso em apreço, pode permitir o cumprimento de uma promessa da 1ª República, nomeadamente, abrir a possibilidade democrática de os portugueses se pronunciarem sobre o regime e o tipo de organização do Estado que querem para Portugal.

António Manuel Pinho

Escândalo da Casa Pia

Para memória futura
Estes são alguns dos fulanos, tudo gente distinta, que durante muito tempo - por terem um calhau no lugar do coração - mas não só -, garantiram que as denúncias das vítimas eram apenas uma cabala contra um dos seus.

Ler mais em:
Os pedófilos e os «amigos» são um lixo moral e social que importa varrer por uma questão de higiene e integridade cívica!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

A verdade sobre a Gripe A [VIII]

E continuam calados que nem ratos...
Ana Jorge negoceia em segredo
devolução de vacinas

A ministra da Saúde, Ana Jorge, estará a negociar em segredo com o laboratório GlaxoSmithline a devolução de parte dos 6 milhões das vacinas encomendadas contra o vírus H1N1, de acordo com a edição desta sexta-feira do semanário 'Sol'.

A ministra terá iniciado as negociações após saber que outros governos europeus estavam a tomar a mesma medida, ou seja, a tentar reduzir a encomenda inicial de vacinas contra a gripe A.Portugal encomendou 6 milhões de vacinas contra o vírus H1N1 ao laboratório GlaxoSmithline com o objectivo de vacinar três milhões de portugueses. Esta medida custou aos cofres do Estado cerca de 45 milhões de euros, de acordo com o 'Sol'.

Até ao momento Portugal recebeu apenas 470 mil doses do lote dos 6 milhões de vacinas encomendadas em Julho.Este ano, países como a França, Alemanha, Holanda, Inglaterra e Espanha começaram a renegociar e a reduzir a entrega de vacinas contra o vírus H1N1.

http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=161068

Foto: A BOLA http://www.abola.pt/

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Carta a Anton Tchekhov

José Mário Branco

Não apaguem a memória


Libertação do Campo de Concentração de Auschwitz fez 65 anos

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Para que não se esqueça

Pensamentos de um Judeu
no Dia de Lembrança do Holocausto

Neste dia de Lembrança do Holocausto de 2010, que evoca o extermínio deliberado de seis milhões de judeus pelo regime nazi da Alemanha, terei muito que ponderar. Mas enquanto judeu consciente, não me é preciso um dia oficial de Lembrança do Holocausto para reflectir sobre o seu significado. O Holocausto está cravado na minha consciência desde criança e tem sido forçosamente objecto de reflexão ao longo da minha vida.

Antes de mais, o Holocausto pertence à Humanidade e não apenas a nós judeus. Não deveremos cobiçar a sua memória. Sobretudo enquanto judeu, parece-me necessário evocar a memória de todos os seres inocentes, muitos mais milhões ainda, que foram escravizados, dizimados e exterminados - judeus, ciganos, polacos, eslavos, homossexuais, pessoas com deficiências e outras - em nome do mito da raça suprema. É preciso reflectir sobre o racismo e a intolerância em geral, que se prolongaram ao longo do século XX e deste século, que motivaram os crimes enormes que, hoje em dia, rotulamos como “genocídios”. Parece impensável, mas à nossa volta continua a oprimir-se e a destruir-se povos por pertencerem a grupos étnicos diferentes em lutas competitivas por territórios, recursos e poder político.

Contudo, neste dia de Lembrança do Holocausto de 2010 os meus pensamentos são focados em vários temas específicos. Em primeiro lugar, no conflito entre os judeus de Israel e os árabes da Palestina. Para muitos judeus, a sobrevivência do Holocausto traduziu-se na procura de refúgio exclusivo num Estado-fortaleza de Israel na esperança de que o que aconteceu não voltasse a acontecer. Entendo essa procura mas não aceito a falsa segurança que se tenha obtido à custa do povo palestiniano. Apesar da crença bíblica na nossa eleição pelo Todo-Poderoso como o seu povo ou de estratégia sionista da separação, face às normas da civilização moderna que emergiu dos escombros da Segunda Guerra Mundial a nossa procura de salvação e de auto-determinação não nos conferiu o direito de desapropriar um outro povo que habitava esse território durante a nossa longa Diáspora, facto que de algum modo foi reconhecido pelas Nações Unidas ao dividir a Palestina, por bem ou por mal, em dois estados para dois povos. Na guerra que sucedeu a essa decisão da comunidade internacional, Israel ganhou a sua independência e mais terra ainda e os palestinianos sofreram um desastre nacional, ficando com apenas 22% da sua Palestina. E desde a guerra de 1967, em que Israel conquistou os territórios que tinham permanecido dos palestinianos, esse povo, o nosso Outro, tem vindo a sofrer uma ocupação cruel – através da qual Israel continua a apropriar-se ilegalmente de mais território e mais recursos palestinianos. Desde 1948 que o povo da Palestina tem sido progressivamente desapossado da sua terra secular e tem sofrido o desmembramento da sua nação. Alguns chamam a essa experiência genocídio. Os palestinianos referem-se não a uma Shoah mas a uma Naqba. Quer concorde ou não com o rótulo, enquanto judeus temos que ponderar o seu significado e a diferença aparente entre duas palavras que implicam, ambas, a destruição de um povo.

Outro dos meus pensamentos dirige-se mais particularmente ao povo palestiniano de Gaza, cercado e preso no que me parece cada vez mais um campo de concentração. Acabámos de assinalar a passagem de um ano sobre o fim do massacre da operação Chumbo Fundido que resultou em 1.400 mortos, 313 dos quais crianças e numa destruição massiva.

Mesmo que se reconheça ao Estado de Israel o direito de se defender, como refere o Relatório Goldstone, o direito internacional nunca poderia justificar nem a desproporcionalidade da Operação Chumbo Fundido nem a manutenção deste cerco desumano. O direito internacional exige que se procure esgotar todas as possibilidades de resolução pacífica da situação antes do recurso à violência – o que Israel não fez, mantendo o cerco. Mas não se tratou de um caso de defesa legítima. Israel procurava um pretexto para restabelecer a sua força dissuasora na região e deliberadamente rompeu as tréguas em vigor na altura. A reacção previsível do Hamas ao ataque israelita do dia 4 de Novembro de 2008 forneceu ao Israel um pretexto para a sua guerra.

Deveremos ver nas bombinhas de Gaza não um pretexto para um castigo colectivo mas um sinal da aflição e mesmo da resistência de um povo, por mais mal dirigido que possa ser.Actualmente, em vez de investigar as alegações contra as suas forças armadas, como pedido pelo Relatório Goldstone, Israel está a investir muito esforço na propaganda para contrariar esse Relatório preparado para as Nações Unidas pelo judeu sionista Richard Goldstone. Israel tem estado assim na vanguarda das tentativas para mudar as leis que regulam a guerra. Mobilizando argumentos sobre as “assimetrias” na guerra contra o terrorismo, Israel está a enfraquecer o direito internacional, que tanto deve às lições do Holocausto, para facilitar a sua guerra contra o povo palestiniano. A única assimetria pertinente em causa é a do poder militar de Israel em relação a uma população sem meios eficazes para a sua defesa.

É intolerável que nada de efectivo tem sido feito para acabar com o cerco a Gaza ou aliviá-lo. Israel nem sequer deixa entrar cimento no território. Em contradição com os valores humanistas que se tornaram oficiais depois do Holocausto, o mundo ocidental só permite que esta situação (que a Amnistia Internacional apelidou de “castigo colectivo”) se tenha produzido e mantido devido à demonização racista dos árabes e dos muçulmanos em geral e dos palestinianos em particular. Apontando o dedo aos fundamentalistas islâmicos do Hamas, a propaganda israelita tem diabolizado o povo palestiniano de Gaza devido à sua resistência a Israel.

Ironicamente, a ocupação e o anti-semitismo reforçam-se mutuamente.

Para muitos judeus, cuja consciência social nasceu da nossa história de opressão e do Holocausto, a política de Israel constitui uma mácula indelével na nossa tradição supostamente humanista. Mas a propaganda israelita frequentemente intitula judeus que pensam como eu “self-hating Jews”, ou seja, judeus que se negam a si próprios. Esta táctica apagou a crítica da ocupação durante muito tempo, mas está a perder eficácia depois do massacre de Gaza. Actualmente, o alvo dessa propaganda é o próprio juiz Goldstone, tratando-o de “anti-semita” numa campanha cujo objectivo é descredibilizar o relatório da sua comissão sobre os crimes de guerra em Gaza.

Porém, há cada vez mais judeus que, como eu, consideram a política dos governos de Israel inconsistente com a sua identidade de judeu num mundo que conheceu o Holocausto. Propomos a alternativa de uma paz justa com base no direito internacional e o fim do cerco ilegal de Gaza e o fim da ocupação dos territórios palestinianos.

Eis o que muito me dá que pensar neste Dia de Lembrança do Holocausto, mas nisso pensarei enquanto judeu consciente e, neste fim-de-semana, juntar-me-ei nestes pensamentos a judeus de diferentes países europeus num congresso em Paris dos Judeus Europeus para uma Paz Justa.

Lisboa, 27 de Janeiro de 2010,

Alan Stoleroff
Professor Universitário

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Enfermeiros - uma luta justa




Carta de um Enfermeiro

«Olá colegas, amigos e familiares:

Os enfermeiros enfrentam hoje uma profunda humilhação e desqualificação do que é o nosso trabalho, com a tentativa do governo em diminuir o nosso salário, que já por si nunca teve a actualização do bacharelato para a licenciatura.
Hoje, sendo licenciados, recebemos como bacharéis e o governo ainda quer baixar mais.

Envio-vos este folheto que compara os salários de diversas profissões. Não achamos que os outros ganham muito: nós é ganhamos de menos! Não costumo pedir isto mas acho que agora é o momento para vos pedir que encaminhem este mail para todos os vossos contactos... Não se trata de SPAM mas da necessidade de divulgar a humilhação revoltante junto do máximo de pessoas. Precisamos que a população compreenda o que está a ser feito connosco.Pelos enfermeiros, pelos colegas recém-licenciados, pelo meu, nosso, ano de finalistas e futuros recém-licenciados. Enfim, Por Todos!

Um abraço,

E NÃO SE ESQUEÇAM...
DIA 27, 28, 29- GREVE GERAL
DIA 28- PORTO, MARCHA LENTA
DIA 29 - LISBOA, GRANDE MANIFESTAÇÃO.. »
a) Enfermeiro devidamente Identificado

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O militante da Lusofonia

Conheci Lauro Moreira, numa tertúlia poética, no final de 2007. Fomos apresentados por Maria das Graças, amiga comum, actriz brasileira que vive em Portugal há mais de 30 anos. Desde então «O Embaixador», como sempre me refiro a ele, tem-me dado o privilégio de ser meu amigo.

É um dos homens mais fascinantes e cultos que já conheci. A sua aposentação como Embaixador – e o regresso ao Brasil – vai privar Portugal do convívio com um dos maiores vultos da diplomacia lusófona e de um genial agente da cultura de Língua Portuguesa.

Convosco quero partilhar um texto por mim escrito, em Janeiro de 2008, para o gratuito de cultura e espectáculos «Conversas de Café», um jornal já extinto que então dirigia.

Aquele Abraço, Lauro! Até já...

António Manuel Pinho

Embaixador Lauro Moreira
«O diplomata é um técnico de ideias gerais»

É uma personalidade encantadora, horas de conversa não cansam os ouvintes, num discurso fluido de uma simplicidade pedagógica. Temos muita sorte, durante algum tempo vamos vê-lo entre nós. Jantamos com o Embaixador do Brasil junto à CPLP

É sempre essa velha tragédia que, no caso em apreço, assume um dramatismo ainda maior. É uma espécie de processo auto-censório, por via do espaço físico da página. A conversa durou quatro horas. Este homem de 67 anos, que irradia uma energia absolutamente contagiante, vai desfilando a sua trajectória – e o jornalista contorce-se na impotência óbvia de não poder transcrever uma lição viva da História do Brasil e da sua cultura.

O Embaixador, ou melhor, o cidadão do mundo e militante da Lusofonia Lauro Moreira, é uma personalidade ímpar e um diplomata atípico, como mais adiante se verá. Filho de político, deputado federal e, ocasionalmente, presidente da Câmara de Deputados, Lauro sempre se deslumbrou pelo mundo das artes, particularmente das cénicas, tendo até formado um grupo experimental de teatro quando cursava Direito [que adorava], embora detestando a advocacia. E foi assim que a carreira diplomática surgiu como possibilidade – num homem que sempre quis trabalhar numa coisa que fosse maior que ele. E tem sido sempre assim.

No entanto, por estranho que pareça, 85 porcento da carreira do representante do Brasil junto à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) foi passada na área económica. «Você não consegue vender um parafuso a um país, sem que esse país tenha ouvido uma música sua, tenha visto um filme seu ou tenha lido um livro», assim nos diz do alto desassombrado da sua sabedoria. Certamente porque a área cultural é absolutamente abrangente, como aliás tem sido o seu mote vivencial.

Realizou e produziu filmes em Super 8, ganhou um concurso de fotografia e organizou inúmeros espectáculos e eventos culturais em todas as chegadas do mundo que abraçou. Desde cedo conviveu com grandes vultos da cultura brasileira, a começar pela mulher com quem foi casado durante anos, Marly de Oliveira (que recentemente nos deixou) –, um nome maior da poesia da lusofonia. Pela sua casa passaram nomes como Cecília Meireles, Carlos Drumond de Andrade, Augusto Maia, Aurélio Buarque de Holanda e Manuel Bandeira [que foi seu padrinho de casamento], entre outros.

Aliás, Manuel Bandeira – de quem produziu um CD, recém lançado com temas gravados na sua própria casa – terá, em muito, contribuído para a autêntica paixão de Lauro pela música brasileira. A sua passagem por Barcelona, entre 91 e 94, produziu uma autêntica revolução nos hábitos de consumo da música brasileira na Catalunha. O Clube de Música Brasileira de Barcelona, por si fundado, produziu dezenas de concertos em cidades catalãs e deu a conhecer a cultura brasileira, como nunca antes se havia verificado.

Em Portugal, enquanto embaixador junto à CPLP, tem animado a representação diplomática com várias tertúlias e viagens pela História e cultura brasileiras. Outra coisa, aliás, não seria de esperar de quem já foi presidente da Academia de Letras da Universidade do Rio de Janeiro, mas que, de igual modo, tem despertado alguns rancores de medíocres alapados – que olham com despeito para o seu protagonismo.

Neste início de ano, em que a esperança vislumbra pela urgência de necessidades várias – pessoais e colectivas -, o exemplo de Lauro Moreira é uma pedrada no charco do cinzentismo que, regra geral, domina os “homens de Estado”.
Que continue a protagonizar!

Texto: AMP
Foto: LUÍS ROCHA


DESTAQUES O que diz Moreira

«O principal problema da CPLP, até este momento, é o próprio desconhecimento que há dela. Um dos maiores desafios que temos é dar-he maior visibilidade.
O que está faltando são iniciativas mais visíveis da sociedade civil, porque a CPLP não pode ser somente uma união de Estados. Ela tem de 'baixar' ao nível dos cidadãos»

«A língua é um animal vivo, dinâmico, que vai sempre evoluindo (…). Mas, ao menos, é necessário que você acerte como escrevê-la (…). Temos hoje um Acordo Ortográfico , assinado há 17 anos pelos países lusófonos, que visa simplesmente acabar com a indesejável dicotomia existente na forma de escrever a Língua Portuguesa. Só falta Portugal adaptá-lo, coisa que o Brasil pretende fazer a curto prazo.»

[In CONVERSAS DE CAFÉ, 4 Janeiro 2008]
Na Foto: LAURO MOREIRA com o empresário da noite lisboeta HERNÂNI MIGUEL e a actriz MARIA DAS GRAÇAS
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> Actualização: sábado, 23 Janeiro
Prémio Personalidade Lusófona do Ano
O MIL, MOVIMENTO INTERNACIONAL LUSÓFONO e a Academia das Ciências de Lisboa vão fazer a entrega do PRÉMIO PERSONALIDADE LUSÓFONA DO ANO (2009), atribuído ao Embaixador do Brasil na CPLP, Lauro Moreira, que decorrerá no dia 8 de Fevereiro, às 17 horas, na sede da Academia (Rua da Academia das Ciências, 19), numa sessão presidida pelo Professor Doutor Adriano Moreira.
MOVIMENTO INTERNACIONAL LUSÓFONO (http://www.movimentolusofono.org/)(blogue: http://www.mil-hafre.blogspot.com/)

Portugal fica mais pobre!

MEUS AMIGOS,

Não é sem grande pena que lhes faço saber de minha partida próxima e definitiva de Portugal, após um intenso convívio com pessoas e instituições, das quais levarei as recordações mais gratas.

Foram mais de três anos e meio de trabalho à frente da Missão do Brasil junto à CPLP - que tive a honra e o privilégio de instalar – durante os quais tudo fizemos para contribuir para o alargamento do diálogo entre os nossos países e o aprofundamento do intercâmbio cultural no âmbito da lusofonia. Cabe-me agradecer a cada um dos Senhores pelo incentivo e pela colaboração com que sempre me distinguiram.

Retorno agora ao Brasil, em meados de fevereiro, aposentado do Serviço Público, após 45 anos dedicados à diplomacia de meu país. E volto, mais disposto que nunca, para continuar servindo de um modo ou de outro à causa maior da lusofonia, da qual nunca me afastei.

Obrigado a todos. Até breve.

Lisboa, 20/01/10
Lauro Moreira
(Embaixador do Brasil junto à CPLP)

Foto: LUÍS ROCHA

Jornal PRIVADO, informação [mais] pública




Cada vez mais pessoas gostam
de consultar o nosso blogue
Desde Junho 2009, até hoje, já tivemos mais de 845.000 visitas

Emergências Instáveis

Balanço de a normalidade

António Pedro Dores*

Na aparência o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça e o Procurador-Geral da República – quem sabe se não foi com a intenção de proteger a justiça de mais uma vergonha – decidiram atirar para canto uma série de queixas-crime atiradas por órgãos próprios sedados em Aveiro.

Mesmo o mais iletrado dos portugueses entendeu haver ali trafulhice. Os mais informados reclama que se classifique o processo: ou é administrativo ou é criminal? É que está num limbo para poder ser criminal no alcance e administrativo no tratamento. E este é um processo regulado ao mais alto nível das instituições judiciais. Poderemos imaginar o que se passa nos níveis ainda mais incompetentes da “justiça”.

No fundo do Estado uma prisão do Porto foi atacada por 3 centenas de GNR à procura de droga. Desde o director da cadeia até ao chefe de guardas, passando pela guarda prisional especial ao serviço da direcção geral dos serviços prisionais, ninguém é de fiar. Nenhuma explicação, ou sequer pedido de esclarecimento, mereceu esta aventura. Para os que definem normal como o respeito pela norma, e criminoso o que falta de forma conhecida a alguma regra social básica inscrita no código penal, para esses estes dois casos, e sobretudo a realidade de que emergem, pura e simplesmente não existe. De facto, não pode existir. Quando os guardas das normas falham às normas a normalidade perde qualquer sentido e, das duas uma: a) a norma precisa de ser reafirmada – como gostam de dizer – e alguém terá de ser punido (mas quem? E como?); b) a norma não existe, pelo menos na formulação fácil mais utilizada pelos juristas básicos e seus seguidores.

Há ainda uma terceira hipótese, quiçá a mais provável: os Portugueses, por norma, especializaram-se em tornarem-se seguidores básicos de juristas básicos, sobretudo se bem colocados hierarquicamente. Se for esse o caso, porque é que os Portugueses se comportam como pessoas vítimas de abuso? A pergunta impõe-se: quem abusou e como dos Portugueses? Porque persiste a síndrome da Casa Pia? Porque fomos incapazes de tratar o assunto e como ele continua a emergir na nossa vida colectiva persistentemente?

*Sociólogo > Professor do ISCTE

A História, às vezes, parece que se repete...

... ou de como [quase] tudo continua na mesma

«Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas;
um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai;
um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País. A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.
Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar.»

Guerra Junqueiro > «Pátria», 1896.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A verdade sobre a Gripe A [VII]

Calados que nem ratos...

Parece ser hoje bem claro que as campanhas internacionais de «alerta» sobre a Gripe A, grosso modo, não passaram de acções de mistificação e intoxicação da opinião pública mundial, com os grandes laboratórios internacionais a mexer os «cordelinhos» e beneficiando da cumplicidade activa [o que é um escândalo e um crime!] da Organização Mundial de Saúde (OMS).

5 Mil milhões de euros de lucros serviram de pretexto para uma das maiores campanhas de intoxicação dos povos. Campanha essa que, para além da cumplicidade da OMS, contou com a atitude serviçal, mascarada de «verdade científica», de grande parte dos profissionais de saúde que, na altura, utilizaram os mais baixos meios de calúnia das vozes discordantes, não se inibindo em fazer assassinatos de carácter e ridicularizar quem teve a coragem de denunciar o negócio e desmascarar os «argumentos científicos».

Manifestando a atitude altaneira e a arrogância intelectual de quem se acha acima da crítica e do contraditório, os «especialistas», outrora tão estridentes na sua cumplicidade com a «Declaração de Pandemia», estão agora calados que nem ratos – atitude ilustrativa de demagogos, cobardes e/ou ignorantes.



«OMS criou um pânico infundado»

«Estes organismos científicos reagiram de uma forma política, numa situação lamentável. A OMS avançou com a possibilidade, muito reduzida, de haver 71 milhões de mortos no Mundo. A verdade é que até hoje morreram 12 mil no Mundo. Valor muito abaixo das mortes da gripe sazonal, que só em Portugal mata dois mil por ano»

António Vaz Carneiro - Professor da Faculdade de Medicina de Lisboa - [In «Correio da Manhã» - 12.01.2010]

Debates

Clube dos Pensadores ( CdP)
inicia o ano de 2010 com um debate sobre

«JUSTIÇA : Processos Judiciais»

Joaquim Jorge fundador do CdP convida Nuno Melo e Felícia Cabrita. O debate realiza-se dia 25 de Janeiro, 2ªfeira, pelas 21h30 no GaiaHotel. Nuno Melo, advogado, eurodeputado e que representou o CDS-PP na comissão parlamentar de inquérito ao caso BPN. Felícia Cabrita, jornalista, pela sua mão foram denunciados grandes casos nacionais, como o escândalo do Ballet Rose ou o caso Casa Pia.

Há vários processos judiciais que se eternizam no tempo, em que existem vários tipos de crimes: corrupção, tráfico de influências, evasão e fraude fiscal, furto, burla qualificada, pedofilia, entre outros.

Os mais mediáticos: Cova da Beira; Casa Pia; Caso da mala; Apito Dourado; Freeport; Portucale; Operação Furacão; Caso BCP; Caso BPN; Face Oculta. Os governos são culpados de não organizarem uma política sistemática de resolução dos processos judiciais. Quando não são dados meios, quando não existem tribunais especializados, os juízes não podem condenar por convicção mas apenas com provas. O resultado é um crime impune e toda a gente sabe que fica impune.

O arrastamento dos processos judiciais é devido a: 1 - deficiência da investigação judicial; 2- dificuldade de fazer prova dos factos em julgamento; 3- recurso a advogados experientes e recursos interpostos sucessivamente nos tribunais superiores, levando a que os arguidos desses processos sejam absolvidos ou não cheguem sequer a ser julgados.

Os julgamentos dos processos judiciais são longos e morosos, tornando-se desesperante para as vítimas, para quem quer justiça, para quem está a ser julgado.

O Clube dos Pensadores tem agendado para 2010: em Fevereiro, um debate com Marques Mendes; em Março, no 4º aniversário do Clube, recebe Pedro Santana Lopes e outras figuras; em Abril, João Cravinho.

Pelo CdP, em 2009, passaram figuras como Medina Carreira, António José Seguro, Garcia Pereira, Alberto João Jardim, Marinho Pinto, Paulo Portas . Em anos transactos: Manuel Maria Carrilho, Manuel Alegre, Francisco Louçã, Carvalho da Silva, entre outros.
Ver mais em:

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Portugal tem de ser qualquer coisa de asseado...

´

Mário Viegas http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_Viegas

Vem mesmo a propósito!

Extradição de alegados etarras para Espanha

Durante o fim-de-semana foi anunciada a detenção de duas pessoas pela GNR, bem como foram anunciadas conversações entre os governos de Espanha e Portugal para uma extradição dos detidos para Espanha.

A ACED chama a atenção para o facto de haver, desde 2003, um contencioso entre o Estado espanhol e a ONU, através dos sucessivos relatórios e pareceres dos Altos-comissários da ONU responsáveis pela vigilância do respeito dos tratados internacionais contra a tortura.

No essencial pode resumir-se o contencioso ao facto de os governos espanhóis, do PP primeiro e do PSOE no poder desde essa altura, se recusarem a acatar as recomendações de implementação de medidas de prevenção, assim como acabar com o instituto do incomunicado, sob cuja cobertura centenas de queixas anuais chegadas às organizações de direitos humanos (não apenas as dos país Basco, mas de todas as regiões de Espanha, envolvendo nacionais de todas as nações espanholas) denunciam as torturas infligidas a mais de metade das pessoas que são levadas pelas polícias, sem informação às famílias ou acesso a advogados por muitos dias.

À União Europeia não basta clamar pelos direitos humanos. É indispensável que lute para a sua defesa, nomeadamente acatando os procedimentos previstos nos tratados internacionais livremente subscritos pelos Estados e que, como qualquer contrato, devem ser para respeitar (ou não será assim?). Infelizmente não é o caso dos sucessivos governos espanhóis. E por muita simpatia que possa existir – e é bom que exista – entre os dois governos e os povos que coabitam na Península Ibérica, não é aceitável que o governo português aceite fingir de surdo e cego aos apelos infrutíferos da ONU para a prevenção da tortura, sob a cobertura legal de tratados a que Portugal está também vinculado por vontade própria. Ao governo português resta, para manter a dignidade do Estado neste aspecto, fazer sentir ao Estado espanhol que o respeito do direito internacional e da Convenção Contra a Tortura, em particular, é uma questão de honra para a União Europeia e de identidade civilizacional que há que respeitar e aprofundar. Não é possível aceitar a extradição de pessoas sob tutela criminal para territórios sob a alçada de Estados que não respeitam os direitos humanos, como é o caso actual e infelizmente em Espanha.

A Direcção da
Associação Contra a Exclusão pelo Desenvolvimento (ACED)
Actualização (12.01.2010, 14h00):

domingo, 10 de janeiro de 2010

Domingo

Mário Viegas

Blogue autonomiza-se




Por razões práticas e relevantes, o blogue que sustentou o projecto Semanário Privado (SP), autonomiza-se agora como pólo de expressão de um punhado de jornalistas e cidadãos, passando a chamar-se Jornal PRIVADO, iniciando a partir de hoje nova jornada de combate pela LIBERDADE DE EXPRESSÃO e pela DEMOCRACIA.

A intenção central é não comprometer o projecto SP com o blogue, obviamente com critérios editoriais autónomos, e vice-versa.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Personalidade lusófona do ano (2009)

O MIL, MOVIMENTO INTERNACIONAL LUSÓFONO elege todos os anos a personalidade que, no nosso entender, mais contribuiu para a convergência lusófona.

A personalidade que elegemos referente ao ano de 2009 é a do Embaixador brasileiro junto da CPLP, Lauro Moreira. Fazemo-lo em reconhecimento de todo o seu trabalho em prol da dinamização da CPLP: Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Para além deste seu cargo, que estás prestes a abandonar por limite de idade, Lauro Moreira foi ainda responsável pela ABC (Agência Brasileira de Cooperação), Embaixador em Marrocos e Coordenador nas Comemorações dos 500 Anos do Descobrimento do Brasil. Em todos esses cargos demonstrou sempre um grande empenhamento no reforço dos laços entre os países lusófonos.

Ver mais em:
http://www.movimentolusofono.org/
http://missaodobrasiljuntoacplp.blogspot.com/

Pela Liberdade de Imprensa

Pela Liberdade de Imprensa
CONTRA A MORDAÇA E A CRIMINALIZAÇÃO DE JORNALISTAS. A LIBERDADE NÃO SE DISCUTE!

Jornal PRIVADO, Informação Pública

Porque o JORNALISMO não é o mesmo que vender lentilhas. Porque um JORNAL deve ser a última trincheira da liberdade. E porque os JORNALISTAS não são moços de recados.


Escrevinhadores no activo

ANTÓNIO ALTE PINHO

ANTÓNIO PEDRO DORES

JOSÉ LEITE

JOSÉ PEDRO NAMORA

LUÍS FILIPE GUERRA

MÁRIO LESTON BANDEIRA

PEDRO QUARTIN GRAÇA


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