sábado, 22 de agosto de 2009

Ponta & Mola

«Jornalismo de referência» lava mais branco...

António Manuel Pinho
privado.apinho@gmail.com

A manchete da última edição do SP passou «despercebida» na imprensa. Dois dias antes, o escândalo da aquisição de 42 novas viaturas, pela administração da TAP – e em tempo de crise -, abriu os noticiários das televisões. Porém, para elas, 1000 acidentes de trabalho em 2008; trabalhadores a dormir na empresa por não receberem subsídios de transporte, trabalhando entre ratos e baratas; e os escandalosos salários e subsídios dos dirigentes da TAP não tem relevância noticiosa.

Importante mesmo, é a «operação Tide» de branqueamento dos dirigentes da transportadora aérea, que assumiu parangonas de entrevista num «diário de referência». Aí, Fernando Pinto permitiu-se alfinetar no SP, mostrando-se indignado com a manchete e o «avião a pique»...

Uma das comissões de trabalhadores do grupo TAP, oportunamente, tomou posição: «É de estranhar que um órgão de comunicação social ao mostrar-se sensível aos problemas dos Trabalhadores, mostrando o 'lado negro da TAP', seja fortemente criticado publicamente, enquanto as administrações gozam da politização da comunicação social, e consequentemente do seu favorecimento (...)» - no entanto nenhum órgão de comunicação, à excepção deste que está nas suas mãos, transcreveu um parágrafo que fosse...

Entretanto, sabemos que num canal privado, uma peça sobre condições laborais num grande grupo económico, foi censurada e os jornalistas ameaçados de despedimento caso denunciassem o facto.

No canal público o SP não é mostrado em antena, como acontece com outras publicações, porque, segundo um escriba-responsável lá do sítio, «não se enquadra nos critérios editoriais definidos para a revista de imprensa da RTPN». Que critérios? Subjugados a alguma «conveniência política»?

O «jornalismo de referência» está ao serviço de quem sabemos – foi sempre assim, e assim sempre será! Nós, por cá, preferimos fazer um jornalismo a que os cidadãos têm direito. Doa a quem doer!

A empatia criada com os leitores é a melhor resposta ao cerco de silêncio. Cada euro despendido na compra do jornal, transforma cada leitor num «accionista» deste projecto de cidadania e comunicação.

SP Nº8, 19 de Agosto 2009

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